Iº Congresso de Base dos Policiais Civis de Pernambuco debate a rotina de trabalho e constrói pauta de reivindicação funcional e salarial

 

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE) realizou do dia  14 à  16 de abril, em Caruaru, o 1º Congresso de Base da categoria. O evento aconteceu no Caruaru Palace Hotel, e contou com representantes das seccionais e departamentos de todas as regiões do estado, além de nomes como os de Maurício Rands, Denise Lócio, Roberto Darós e Adriano Bandeira, Márcio Roberto, Cristina Tavares, Sílvia Mônica e a diretora do DIEESE, Jaqueline Natal como palestrantes.

Um dos  principais pontos abordados no Congresso foi a realização de um debate e a subsequente construção de ideias em torno de novas formas de atuação na luta sindical contemporânea. A partir do que foi debatido no Congresso, o SINPOL-PE vai construir uma pauta que será apresentada até esta terça-feira (18), e debatida e avaliada pela categoria, em Assembleia Geral na quarta-feira (19) e posteriormente encaminhada ao Governo do Estado.

Durante os três dias do Congresso, foram discutidos temas como modelos de polícia, funcionamento e atribuições, além da pauta salarial que busca atender os interesses da categoria. “É importante buscar a justiça pelo trabalho realizado pelos Policiais Civis no dia a dia e a busca por uma maior dignidade funcional e salarial para a base, corrigindo distorções e avançando em direitos”, explica o presidente do SINPOL-PE, Rafael Cavalcanti.

Na primeira noite de debates, a banca foi composta pelas Comissárias de Polícia, Cristina Tavares e Sílvia Mônica, a Escrivã de Polícia, Denise Lócio e a diretora do SINPOL-PE, Jaciara Maciel. Em pauta, elas falaram sobre o tema o desafio de ser mulher Policial. Além de contar sobre as suas experiências dentro da Categoria, as palestrantes abordaram a história da mulher na Polícia Civil, a qualidade de vida e as conquistas alcançadas.

Na manhã do segundo dia o Advogado e Policial Federal aposentado, Prof. Roberto Darós, palestrou sobre o Modelo de Polícia Judiciária: Novos Parâmetros para o Melhor Funcionamento/Resultado das Investigações. O professor abordou a reestruturação e modernização da Segurança Pública; o atual cenário da segurança no Brasil e como a população está exposta à violência urbana diária; e a constatação da ineficiência do sistema de segurança pública que se encontra em permanente COLAPSO ESTRUTURAL.

Durante a tarde, foi a vez do Comissário de Polícia Civil, Márcio Roberto, palestrou sobre o papel da base na reestruturação da PCPE, abordando pontos fundamentais para a categoria como o Funrepol e trouxe um debate sobre a contribuição da base: Autonomia para realizar procedimentos simples, como a redação de um ofício; Formação inicial e contínua (ao longo dos três anos no período probatório); Ocupação de cargos de gerência de unidades administrativas de acordo com a formação do policial; demais mudanças advindas da Lei Orgânica.

Logo após, foi a vez do presidente da Cobrapol, Adriano Bandeira, palestrar sobre a Ressignifição das Ferramentas de Luta Sindical. Bandeira trouxe um panorama da atuação da Cobrapol no judiciário e as principais lutas por melhorias em âmbito nacional, dentre elas: aprovação da Lei Orgânica Nacional das Policias Civis; piso salarial Nacional para os profissionais dos órgãos de Segurança Pública; programa de segurança permanente. Além disso, ele trouxe um debate sobre a modernização da carreira Policial Civil.

No domingo o advogado, Maurício Rands palestrou sobre as mudanças nos paradigmas científicos.  Ele falou sobre dois fenômenos contemporâneos do ambiente tecnológico: a fakenews, a desinformação que minam as instituições da realidade objetiva e a cultura do cancelamento que impõe a intolerância. Logo após, Jaqueline Natal, supervisora técnica do DIEESE em Pernambuco, trouxe um contexto da campanha salarial, conjuntura econômica e Negociação Científica.

Ao final do Congresso, o Presidente do SINPOL-PE, Rafael Cavalcanti, apresentou a pauta funcional e salarial que foi deliberada e aprovada com os pontos fundamentais para a categoria. As reivindicações serão apresentadas em uma Assembleia Geral para toda a classe e em seguida, será apresentada ao governo estadual.

“O Congresso foi uma boa oportunidade de levar a diretoria do Sinpol à base e levar a base ao seu devido lugar de protagonismo na condução do sindicato que os representa é o caminho para alcançarmos todos os nossos objetivos, de maneira coesa e sustentável”, apontou Rafael.