SINPOL-PE recebe a notícia da saída da secretária da SDS com surpresa e preocupação
Os Policiais Civis de Pernambuco receberam a saída da secretária estadual de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, com muita surpresa e preocupação, já que ela era um dos poucos quadros do atual governo que investia no diálogo como forma de solucionar problemas e entraves históricos na segurança pública de Pernambuco. A Delegada Federal entregou o cargo e anunciou sua saída ontem (30), contribuindo para o efeito cascata que tem evidenciado graves problemas de gestão e/ou relacionamento no Governo do Estado. Em pouco mais de um mês, cinco secretários deixaram o quadro governamental.
Estamos chegando no mês de setembro e não há absolutamente nenhum programa, discussão, implementação de uma reformulação efetiva na segurança pública que venha trazer resultados na prática. O tal programa “Juntos Pela Segurança”, que gerou uma série de expectativas na população e nas forças policiais do estado, na verdade não passou de um ato “para inglês ver”, apresentando-se como uma consulta pública que poderia ser feita digitalmente com a população e ouvindo os profissionais que estão na ponta, arriscando a vida sem estrutura ou valorização profissional, através de suas entidades de representação de classe.
Endossamos e reforçamos a nossa total disposição em dialogar e construirmos juntos uma saída para os problemas que engessam a nossa política de segurança pública em Pernambuco. Mas, os Policiais Civis, assim como toda a população, estão cansados de esperar, enquanto todos sofremos com a violência indiscriminada e que só cresce. Para dialogar não é necessário nada, além de disposição.
Neste momento, a situação é que além de termos avançado pouco nos diálogos e tratativas em prol da nossa segurança pública, ainda perdemos o principal canal de diálogo, um dos poucos que demonstrava interesse em resolver os entraves que colocam Pernambuco como um dos estados mais violentos do Brasil. Agora, a sensação é de “começar do zero”. O novo secretário ou secretária levará tempo para adaptar-se, para tomar pé da situação e começar a implementar uma política de Estado que leve em consideração todo o cenário atual.
Mas, não é só isso. Corremos o risco de retroceder e muito, a depender do nome que seja escolhido para substituir a delegada Carla Patrícia. Precisamos de um nome que amplie, que tenha relação com as mais diversas forças policiais e entenda o papel de cada uma.